sábado, 7 de setembro de 2019

Latromodem - 11onze (2009)


De tanto buscar por algo sobre essa banda e achar tão pouca informação sobre.

Eis aqui um dos grandiosos sons da cena dark underground que foram produzidos na primeira década deste século no Brasil. Na época do lançamento deste disco, eu ainda era novo… tava apenas a 10m de profundidade da ponta do iceberg musical que foi o universo gótico para mim. Porém, ouvindo o som deles hoje, posso imaginar como os mais antigos quando ouviram (e viram) ao vivo essa banda ficaram a pensar. Lembro na edição de 2009 da Subterrâneo Gothic Rave (que foi de fato o primeiro evento do meio gótico que eu tive o prazer de presenciar), esta era uma das bandas mais esperadas. Eu havia ouvido um pouco do som deles neste disco de hoje, mas não tinha conseguido assimilar o naipe que este som estava. Então chegou o dia, eu lembro de estar deitado numa das torres do Castelo do Alemão e entrou algumas pessoas que não conhecia falando “vai começar o show do Latromodem”. Eu estava totalmente bêbado e cansado. Permaneci deitado; foi quando comecei a ouvir um som, que para mim a sensação eu descrevo como algo perto do surpreendente, pensava que alguém estava discotecando algum som (e dos bons!) e não dei atenção, até que depois de umas três músicas percebi que era de fato uma banda tocando e então, me veio a mente o cara anunciando que o show do Latromodem ia começar. Até hoje, me arrependo amargamente de não ter reunido forças e ir até o palco dentro do castelo para poder apreciar esta arte. Lembro que depois do show, haviam pessoas comentando sobre e era unânime em suas faces o semblante de surpresa; de algo do tipo “porra, não acredito no que vi”. E agora, ouvindo ao 11onze, posso entender o porquê de tudo aquilo. Não vou destacar aqui nenhuma canção por que não dá. Este disco é de fato algo totalmente descomunal. Foi algo que ninguém estava esperando e apenas os atingiu em cheio. Entre as letras ricas em um lirismo profundo e toda a melodia pesada, intensa; o público que estava ali então pôde observar toda a influência da música dark dos 80s, música essa que era a principal causa da união de tantas pessoas naquela noite. Gótico, pós punk, synthpop (por que não?)... tudo reunido em um único míssil sonoro indo de encontro as mentes ali presentes. Neste evento, ainda pude assistir pela primeira vez o Plastique Noir e um show memorável da Les Enfants, mas isto vai ser assunto para outra postagem…
Lançaram ainda o álbum Elizabeth em 2010 e após a saída de Robson, foi lançado o III.

Latromodem:

Robson "Sinistro" (voz)
André Araújo (guitarras e programações)

Latromodem - 11onze (2009)


01 - Lamento
02 - Das Sombras
03 - A Última Canção
04 - Dejetos do Nada
05 - Pesadelo
06 - Hollow Hills [Bauhaus cover]
07 - Calafrios
08 - Medo Mortal
09 - Solstício
10 - Alma de Brinquedo
11 - Lágrimas

>>> I had searching so much for informations about this band and never find anything... that's the reason why of this post.
Here is one of the most majestic sounds from the underground dark scenario that was made in the first decade of this century in Brazil. Back in the year of this release, I was young... I was just at 30ft deeply from the top of the musical iceberg that was the gothic universe for me. But listening to their sound in nowadays, I can imagine how the older ones had feeling about their sound when saw it live. I remember the 2009 edition of the Subterrâneo Gothic Rave (which was in fact the first ever gothic event that I had the pleasure of witnessing), Latromodem was one of more expected bands. I've heard some songs from this today's album, but had not been able to assimilate how grandiose this sound was. So the day has come, I remember I was laying down in one of the towers of the castle (place of event) and some people I don't knew just come inside the tower and tell that "the Latromodem' show is about to beggining". I was tottally drunk and tired. I remained lying down. And so I start to hear some sound and I remember thought "wow this is great". I thought someone was DJing and I giving no attention. After the second or third song I recalled the guys telling about the Latromodem show. I still regret not getting up and going to the stage to watch the show. I remember after the show, saw some people talking about it and in their faces was unanimous the look of surprise, like "I don't believe what I just saw". And now, listen to the 11onze, I can understand why people had that look. I'll not point out none of this songs because it's kinda impossible. This album is something totally smashing. It was something that people didn't expect and just hit them hard. Between the lyrics rich in lyricism and all the dark and dense melody, the audience could see the 80s gothic/post punk influence, and this influence was the main reason of the public had united at that event. I still could watch my first show of Plastique Noir and a memorable show of Les Enfants, but this is a topic for another day...
They release in 2010 an album called Elizabeth and after Robson left the band, was released the III.

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quarta-feira, 17 de julho de 2019

Catalog Of Cool - Restless (1986) / In The Middle Of Nowhere 12" (1985)


A Bélgica, no meio underground, é bem mais conhecida pelo EBM ou industrial de bandas que se destacaram ainda na década de 80 (Front 242, Absolute Body Control, Poésie Noire, The Neon Judgment) e se espalharam pelo mundo. Porém, as terras belgas ofereceram ainda muita coisa boa durante os 80s; esta banda é uma prova disso. Junto a ela houveram tantas outras que constituíram o cenário musical chamado de Belpop (Telex, The Scabs) que se abrangia a diversos estilos, do punk rock ao synthpop. 
A Scooter foi uma dessas bandas que logo no início dos 80s, emplacou You nas paradas de sucesso do país (ganharam o Summerhit Award em ‘81 organizado pela Radio 2 da Bélgica). A banda teve uma curta vida mas do sucesso remanescente dela, o Piet Van Den Heuvel deu impulso a sua carreira musical. Por exemplo, logo após o término das atividades da Scooter formou juntamente com Jan Verheyen, seu parceiro musical, a banda da postagem de hoje: Catalog Of Cool
Eis aqui uma banda com pouquíssimas informações na internet. Da cidade de Antuérpia, com uma rica variedade sonora e um grande time de músicos para completar o quadro, deram vida ao Restless em ‘86, que infelizmente foi seu único álbum. Neste disco podemos ver influências que passam pelo jazz, soul e o funk dos 80s, mesclados ao então new wave e pop emergente da época. The Left Hand e Jive Voodoo possuem algo na bateria que me chamou a atenção logo nas primeiras “ouvidas” (me lembrou um pouco das linhas de bateria do Boris Williams). Astrid Lindberg é um belíssimo instrumental, de melodia com uma influência árabe (talvez?!) bem cativante. In The Middle Of Nowhere foi o primeiro single da banda, aqui numa versão reduzida da original que foi lançada em ‘85 (e que tive o cuidado de colocar no arquivo junto com o lado B This Is Where The Heart Is) e que só saiu na versão em CD deste álbum. Esta música deveria ter sido um clássico dos anos 80, digna de tocar em discotecas de todo o mundo. Apesar de ótimas versões, prefiro ainda a original. Restless (com sua melodia influenciada diretamente pelo soul e funk) deu nome ao disco mas em minha opinião, existem melhores neste disco como as já citadas, por exemplo. Souvenir From Africa contou com a participação de Noah Howard no sax, músico de jazz estadunidense. Para aqueles que gostam da música dos 80s e dos estilos aqui citados, eis uma banda que apresenta uma bela mix sonora dos mesmos. Obrigado ao 80zforever por disponibilizar este trabalho. Enjoy! 

Catalog Of Cool:

Piet Van Den Heuvel (vocais, vocais de apoio e percussões)
Jan Verheyen (guitarras, teclados, vocais de apoio)

Bert Candries (baixo)
Walter Mets (bateria, percussões)
Taars Lootens (teclados)

Catalog Of Cool - Restless (1986)


01 - Lexicon Of Love
02 - The Life We Lead
03 - The Left Hand
04 - Jive Voodoo
05 - Astrid Lindberg
06 - In The Middle Of Nowhere
07 - Restless
08 - No Turnin' Back
09 - Miracles
10 - Souvenir From Africa
11 - Go From Zero

Catalog Of Cool - In The Middle Of Nowhere (1985)


A1 - In The Middle Of Nowhere
B1 - This Is Where The Heart Is

>>> Belgium, in the underground scene, is very well known for his EBM or industrial bands that was highlighted in the 80s (Front 242, Absolute Body Control, Poésie Noire, The Neon Judgment) and have gained world attention. However, the belgian lands offered a lot of good bands during the 80s; this band is proof of that. There were so many others that constituted the music scene called Belpop (Telex, The Scabs) that covered a lot of styles, from punk to synthpop.
Scooter was one of those bands that in the early 80s put You in the top charts of country, (they won the Summerhit Award in '81 promoted by the belgian Radio 2). The band had a short life but by its remaining success, Piet Van den Heuvel improves your musical career. For example, when Scooter ended, he started another one with your musical partner, the Scooter’s guitarist Jan Fraeyman, the today’s post: Catalog Of Cool.
Here is a band with very very little information on the internet. From Antwerp, with a rich sound variety and a great team of musicians to complete the picture, they gave life to Restless in ‘86, but unfortunately was your only work. In this album we can hear influences like soul, funk and jazz, mixed up with elements of the emerging new wave and pop. The Left Hand and Jive Voodoo have something on the drums that caught my attention when I heard it the first few times (reminded me of Boris Williams’ drum patterns). Astrid Lindberg is a wonderful instrumental with some arab melodies influences. In The Middle Of Nowhere was the first band single, that have a short and different version than the one that has already been released (which I put together in the archive with the B side This Is Where The Heart Is) and only came out in the CD version. This song should have been a classic from the 80s and deserved to have been played in all discotheques around the world. Both are great versions (I prefer the single version). Restless (a melody influenced directly by soul, funk and jazz) gave the album its name, but imho there’s better songs in this album. Souvenir From Africa had a collaboration with Noah Howard, an american jazz alto saxophonist. For those who like the 80s sounds and the musical styles above, here is a band that presents you a so-well sound mix of this styles. Enjoy and thanks to the 80zforever to provide us this work!

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terça-feira, 21 de maio de 2019

Spina Bifida - Statues D'Ébène (1986)


A Spina Bifida (espinha bífida ou partida) é uma condição que afeta o desenvolvimento da coluna vertebral ainda nos primeiros meses da gestação; mas aqui este nome nos traz um Coldwave obscuro e contundente, um som digno da França. Statues D’Ébène merecia bem mais que apenas 3 faixas. Como grande parte das bandas do cenário underground do pós punk, new wave e suas variantes, essa banda lançou apenas um EP, em ‘86, e encerrou suas atividades em ‘89, tendo dois dos membros retornado em ‘93 com um projeto de industrial/EBM chamado apenas Spina. Segundo o Phoenix Hairpins, eles fizeram alguns shows ao longo de sua existência, dentre os quais, abrindo para bandas como a Jad Wio
A faixa que dá nome a banda é uma melodia sombria e angustiante (as notas da guitarra definem bem este termo para mim). A forma com que a letra da música é proferida, de uma forma um tanto quanto fantasmagórica, complementa o panorama desta música. É uma canção digna para rolar ao fundo de performances teatrais dentro das mais variadas temáticas, inclusive a gótica. Renaissance Du Froid foi minha primeira obsessão deste EP; uma faixa que traz uma sonoridade pós punk (que já está nas minhas “discotecagens”), com o baixo marcante e com os ruídos e distorções da guitarra que se completam. Statues D’Ébène é a menos obscura do EP, mas nem de longe uma canção evitada. O ruim deste EP é que ele acaba. Enfim, apreciem mais este som perdido dos 80s.

Spina Bifida:

Jean Renau
Bruno Bares
Laurent Paris

(Se tiverem informações sobre os instrumentos, por favor entrem em contato/if you have some information about the musical instruments please contact me)

Spina Bifida - Statues D'Ébène (1986)



01 - Statues D'Ébène
02 - Spina Bifida
03 - Renaissance Du Froid

>>> The Spina Bifida is a birth condition that affects the spine and the spine cord causing malformation; but in this today’s post this name bring us a very blunt and osbcure sound, a sound worthy from France. Statues D’Ébène deserved a way more than 3 tracks. Like most underground post punk, new wave and its variants, this band just release an EP in ‘86 and finish your works at ‘89. Two members came back in ‘93 with a EBM/industrial project called just Spina. According to the Phoenix Hairpins, they played some gigs and opening for bands as Jad Wio
 The track that inspire the band’s name is a dark and anguish melody (the guitar notes define so well this term for me). The way the lyrics are uttered, a form just as ghostly, complete the song scenario. Is a song worthy of being background music in theatrical performances of the most varied themes, including the gothic. Renaissance Du Froid was the first obsession; a post punk sonority, with an outstanding bass line mixed with the guitars noises and distortions. Statues D’Ébène is the less obscure track but not by far an avoided song. The bad part of this EP is that it ends. Well, just enjoy this lost sound from the 80s.

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