sábado, 20 de abril de 2024

Weimar Gesang - Even Stone Pales 12"


Até a pedra empalidece. Uma frase bem contundente para expressar as 4 faixas deste EP. E uma frase que sempre me chamou atenção. O que fariam as pedras empalidecerem? Talvez eles tenham batizado este curto EP desta forma para destacar que as músicas aqui presentes conseguiriam esta proeza. E acertaram em cheio! Essas 4 músicas (digamos que apenas 3, Held Inside Again é quase que uma continuação da primeira faixa (e diga-se de passagem, eles já gostavam de produzir seus discos desta forma: vide Our Silent Growth e o The Colours Of Ice que já foi postado aqui)) são algo diferente do que este grupo apresentou nos trabalhos posteriores. Aqui o trabalho deles está um tanto quanto mais pesado, tem mais darkwave do que new wave. É algo como o ponto de início que culminou no último trabalho lançado em 1986. A estrutura minimalista das músicas foi o que mais me atraiu e atrai neste disco. É algo que você ouve, sabe que são melodias simples, porém transmitem uma atmosfera que você pode quase tocar. Annual Ring lhe transporta numa viagem sonora (vejo claras influências do Cocteau Twins), onde o baixo guia os caminhos em toda a música e isto é algo que eu definitivamente aprecio em bandas. O minimalismo nas batidas é para mim a cereja do bolo. Desde Held Inside a Chantal’s Secret com suas batidas dançantes, não se perdem uma só música. Antes deste EP, a Weimar Gesang havia lançado alguns cassetes, um deles em parceria com a Plastic Trash que também fazia parte da cena underground da Itália (e que também dividiu um lançamento com a Intelligence Dept.). Ao contrário do que é cantado em Annual Ring “nunca é rápido o suficiente”, digo que este EP é, deveras, bem rápido. Pouco mais de 15 minutos de puro minimal e darkwave. Poderiam ser pelo menos o dobro! Enfim, apreciem mais este som.

Weimar Gesang:

Paolo Mauri (baixo, teclados e voz) 
Fabio Magistrali (teclados e programações) 
Giuseppe Tonolini (guitarras) 

Weimar Gesang - Even Stone Pales 12"
A1 - Held Inside 
A2 - Annual Ring 
B1 - Chantal's Secret 
B2 - Held Inside Again 

 >>> Even stone pales. A very very blunt sentence to express this 4 tracks on this EP. And by the way, a sentence that always call my attention. What the heck in this world would make the stones pales? Maybe they have baptized this short EP with this name to show that this songs could do this feat. And they nailed it! This 4 songs (let’s say just 3, Held Inside Again is almost a continuation for the first track (and is relevant say that this guys already like to produce their albuns in this way: just listen to Our Silen Growth and The Colours Of Ice that was post here)) are something different when you compare with the what they presented on their other albums. Here we can listen a more gloomy work, with more dark than new wave. It’s something like the starting point that culminated in their ‘86 work. Their minimal melody was the thing that’s attracted me the most and still attracts me about this record. It’s something that you hear and you know it’s simples melodies, but these songs given’ you an atmosphere that you can almost touch. Annual Ring (with powerful influences from Cocteau Twins) takes you on a musical journey lead by the bass lines in the full extension of this song and it’s something I definitely enjoy in bands. The minimal beats is the icing on the cake. From Held Inside to Chantal’s Secret with your dancing beats. Before this EP, Weimar Gesang was released some cassettes, with Plastic Trash who were also part of the Italy’s underground scene (and who also release a LP with the Intellicende Dept.). Against what is sang in Annual Ring (it’s never fast enough), this EP is a quite fast. A little over 15 minutes of pure minimal and darkwave. It should be at least double! Anyway, enjoy this sound.

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sábado, 4 de junho de 2022

Ministry - With Sympathy (1983)


Sempre ouvi falar do Ministry mas nunca me interessei em procurar pelos discos deles. “É um som industrial massa pra c&$#@!”, disseram. Não curtia tanto industrial. Não como hoje. Depois de um certo tempo me apareceu esse disco como recomendado pelo YouTube e então decidi escutá-lo. Antes eu já tinha ignorado outros vídeos recomendados deles da era industrial e quando ouvi este disco, imaginem minha surpresa ao tentar associar o industrial que tanto falavam com este new wave/synthpop (de alta qualidade!) aqui. A primeira paixão, de cara, foi Work For Love e depois de ouvir algumas vezes este disco ele já estava entre os melhores dos 80s pra mim. Tente ouvir este disco e manter-se parado. Todas as canções aqui presentes são dignas de tocarem em qualquer festa temática dos 80s ao redor do mundo. 

Embora o Al Jourgensen não queira mais essa parte do Ministry em sua história, este é um disco que ficou eternizado para os amantes do synthpop e do new wave.

Esta é a versão remasterizada em CD, lançada em 2012. Enjoy it!


Ministry:

Alain Jourgensen (voz, guitarras, teclados)
Stephen George (bateria)

Teclados (Robert Roberts, John Davis, Vince Ely)
Vozes (Marybeth O'Hara, Shay Jones, Antonia De Portago, Doreen Chanter)
Baixo (Martin Sorenson, Brad Hallen)
Sax (Bob Suber)

Ministry - With Sympathy (1983)



01 - Effigy (I'm Not An)
02 - Revenge
03 - I Want To Tell Her
04 - Work For Love
05 - Here We Go
06 - What He Say
07 - Say You're Sorry
08 - Should Have Known Better
09 - She's Got A Cause

>>> I always heard about Ministry but I was never interested in listening to their songs. “It’s a great industrial sound!”, they said. I don’t like industrial. Not how I like today. After a while this album appeared to me as recommended on YouTube and I decided to listen to. I had already ignored other recommended videos from the industrial era and when I listen to this sound, imagine my surprise in trying to associate the industrial sound that I’ve heard about with this great synthpop/new wave. The first passion was Work For Love and after listen to this album a couple of times it is already among the best of the 80s for me. Try to listen to this sound and not think about starting to dance. All the songs in this record are worthy of playing in 80s themed parties around the world.

Although Al Jourgensen don’t care very much this Ministry era as a part of the band history, this is an album that has been immortalized for lovers of synthpop and new wave.

This is the remastered CD version released in 2012. Enjoy it!


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domingo, 25 de julho de 2021

The Comsat Angels - Land (1983)

Eu não lembro ao certo como me deparei com eles, mas faz uns 8 ou 10 anos que os becos escuros da internet me fizeram esbarrar no The Comsat Angels. Devo ter visto algo em algum blog e lembro de ter ido procurar a música no YouTube, não me recordo qual música foi mas sei que foi alguma do disco da postagem de hoje, o Land de ‘83. Achei bacana o som, e baixei o disco para ouvir depois. E esse depois perdurou por muito tempo até que lá por 2016, eu conheci a rádio Underground 80s, da Soma FM. Ouvia bastante (e ainda ouço) e sempre ouvia umas músicas do Land sem nem saber que era o The Comsat Angels. Num belo dia, ao ouvir determinada música (acho que era Island Heart), fui ver quem era o artista daquela música que eu já havia ouvido várias vezes e os reconheci na banda que havia escutado uma música tempos atrás.

Este disco foi quando eles entraram na sonoridade mais comercial da época e, ao menos para mim, não decepcionaram. Fiquei impressionado como este disco não consegue ocupar o cargo de um dos melhores para alguns fãs pela internet. Mas claro, os discos anteriores a eles mostravam um Comsat Angels diferente, com uma veia pós punk que os impulsionou nos primeiros momentos de vida, ainda com a primeira gravadora (a clássica Polydor), e isto definitivamente fez com que os fãs se prendessem aos primeiros discos. Em Land, a Jive apostou em uma sonoridade mais popular para a época. Os singles para este disco foram muito bem recebidos. Uma nova versão para Independence Day, esta que ganhou um clipe (que você pode encontrar aqui, com uma qualidade não tão boa mas dá pra pegar o feeling da coisa). Will You Stay Tonight? que também foi single deste disco, é a música que abre o disco, diga-se de passagem, foi uma boa escolha. A gente já percebe a pegada new wave que está presente neste disco. Island Heart é uma das melhores (se não for a melhor!), com uma batida que lhe convida a não ficar parado; está nos meus sets de discotecagem.

De Will You Stay Tonight? a As Above, So Below (destaque para a linha de baixo dessa aqui!), só tem pancadas; não há uma música ruim. Talvez Alicia (Can You Hear Me) possa ser a mais fraquinha das canções mas não menos digna. Eu custei a me afeiçoar a I Know That Feeling, mas hoje consigo apreciá-la, em toda sua beleza retraída mas não menos atraente. Ela é outra que possui uma linha de baixo interessante. Mister Memory é outra ótima canção que eu sempre ouvia na Underground 80s.

Este disco está justamente nesta transição da fase pós punk deles para a mais new wave, ou mais comercial. E acredito que é justamente por isso que gostei tanto dele. Eles estavam buscando uma nova linha sonora mas sem querer deixar as raízes para trás, isso fez eles produzirem músicas que estão entre essas duas linhagens: um pé no pós punk, outro no new wave.

O The Comsat Angels é mais uma das bandas perdidas dos 80s. Assim como o The Chameleons, eles também foram citados como influência das bandas “revival” do pós punk, como o Editors e o Interpol.

A maioria dos fãs da banda, como já falei, não tem este disco como um dos melhores, mas sim o debut deles de ‘80 (Waiting For A Miracle) ou o seu segundo disco de ‘81, o Sleep No More. Para mim é o melhor… Talvez ele possa disputar esse lugar com o Sleep No More mas isso é assunto para outra postagem…


The Comsat Angels:

Steve Fellows (vozes e guitarras)
Kevin Bacon (baixo)
Andy Peake (teclados)
Mik Glaisher (bateria)

The Comsat Angels - Land (1983)


01 - Will You Stay Tonight?
02 - Alicia (Can You Hear Me)
03 - A World Away
04 - Independence Day
05 - Nature Trails
06 - Mister Memory
07 - Island Heart
08 - I Know That Feeling
09 - As Above, So Below

>>>

I don't remember for sure how I met them, but it's been about 8 or 10 years since I heard The Comsat Angels for the first time. Maybe I saw something in some blog and I remember looking for that song on YouTube. It doesn't come to my mind right now what the song was but I know for sure that it was a song from today's post, the 83's Land. I really liked the sound and downloaded the entire album to listen to later. But this "later" take too loooong and so, in 2016 I found the Soma FM Underground 80s radio. I listened a lot to this radio (and still listen!) and always heard songs from Land with no even knowing that the song was The Comsat Angels. So, one day I listened to that song (I think it was Island Heart), and started looking at what was the band behind that song I was listened so much and recognized them in the band that I heard a unique song years ago.

In this disc, they are in a more commercial sound from that era and, at least for me, they didn't disappoint. I was impressed how this disc can't hold the position of one of the best albums to The Comsat Angels fans on the internet. But of course, the previous releases show a different Comsat Angels, with a post punk vein that brought them up at the beginning of the career, still with the first record company (the classic Polydor), and I think this made the fans get roped to the first releases. In Land, the Jive bet on a most popular sound  at that epoch. The singles from this album were very well received. A new version to Independence Day (and better, for me of course) with a video (you can find the video here, with a low quality but stills good). Will You Stay Tonight? was a single too, it's the open song, a good choice by the way. We can perceive the new wave present in the disc. Island Heart is one of the best songs (maybe the best!) with a beat that invites you to don't stay quiet.

From Will You Stay Tonight? to As Above, So Below (highlight to the bass line in this one!), there's only very great songs. There's no bad song. Maybe Alicia (Can You Hear Me) could be in the last position but no less worthy. It took a long time to get attached to I Know That Feeling, but today I can appreciate it in all its retiring but no less attractive beauty. This is another song with an interesting bass line. Mister Memory is another great song I always listened to on Underground 80s radio. 

This disc is between this transition from post punk to new wave and I believe this is just the reason why I liked it so much. They were looking for a new sound, but without putting post-punk aside. This made them produced songs between these two styles and this was just great!

The Comsat Angels is another lost band from the 80s. I really really think that this guys should receive more attention (like songs in the song streaming platforms!). As The Chameleons, they were cited as the main influence to the revival post punk bands like Editors and Interpol.

As I said before, most of the band's fans don't consider this album one of the best, but the debut album of '80 (Waiting For A Miracle) and their second album of '81, the great Sleep No More. For me it's the best... Maybe this position can be threatened by Sleep No More but that's a subject for another post...


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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Sixtieth Parallel - Into Bliss 12" EP

Hoje tomei o cuidado de subir para o Discogs as imagens do encarte do disco de hoje, que graças a uma amiga (valeu, Maga!), veio parar em minhas mãos. É algo que eu sempre prezo no disco de uma banda, seja qual for, um encarte com as letras. Já falei isso sobre outras bandas aqui no blog, e essa com certeza é uma das que entram nessa “estatística”: o ruim dessa banda é que só lançaram 1 EP. E com apenas 6 faixas! Hoje a gente ainda pode encontrar mais algumas músicas pela internet (valeu, YouTube!) que foram postadas pelo Damien Murray. Aproveitando que falei sobre ele, devo destacar aqui a ótima linha de bateria que é tocada aqui pelo mesmo (ouçam Over And Over), foi uma das coisas que mais me chamaram atenção aqui neste disco. Claro, a bateria casada com o ótimo arranjo das cordas e alguns sintetizadores aqui e ali, dão um corpo a mais as canções, mas a bateria (para mim, claro) merece uma menção honrosa. 
Passionately Deep é uma canção envolvente onde a melodia capta toda a atmosfera do título. Trust foi minha primeira paixão. Essa pegada da música é convidativa para uma pista de dança. Cantarolei esse refrão por muito tempo. 
Todas as músicas aqui merecem um destaque, mas One Day definitivamente me chama atenção. Ouvir essa música alta me transporta pra aquela época, me faz sentir saudade dos tempos que nem vivi. Este é um som que é a cara dos anos 80. Eu vou ficar devendo a vocês o nome da linda voz que entoa no refrão desta música, porém vou destacar essa mesma aqui também, que dá um charme a mais na música. Se ainda tiverem dúvidas sobre a bateria, a faixa título deste EP mostra bem ao que me referi. E claro, sem me esquecer de Like Dust, cover dos Passion Puppets. Eu arriscaria dizer que esta versão ficou melhor do que a original. Segundo palavras do Damien Murray (sim, ele apareceu pela internet comentando alguns vídeos da banda no YouTube e dando maiores informações sobre), eles eram jovens e acharam que seria uma boa gravar esta música e colocar no EP. 
Bem, apreciem mais esta pérola dos 80s.

Sixtieth Parallel:

Kevin E. Bartley (vocais, guitarras, sintetizadores e programações de batidas)
David Rule (baixo e vocais de apoio)
Damiem Murray (bateria, percussões, vocais de apoio e sintetizadores)

Sixtieth Parallel - Into Bliss 12" EP


01 - Over And Over
02 - Passionately Deep
03 - Like Dust [Passion Puppets cover]
04 - Trust
05 - One Day
06 - Into Bliss

>>> Today I took care to upload to Discogs the insert photos of today's disc. Thanks to a really good friend (thank you, Maga), ended up in my hands. It's something that I always appreciate in a band's disc, no matter what it is, a booklet with the lyrics. I’ve told this about some other bands in this blog and this is for sure one of the bands that are includes in this words: the bad part of this band is that released just an EP and with only 6 tracks! Well, in nowadays we can find more songs in the internet (thanks to YouTube!) that was posted by Damien Murray. Since I talked about him, I have to point out the great drum pattern in this record (listen to Over And Over), this was one of the things that call me attention on this disc. Of course, the drums along with the bass and guitars arrangement with a synth sound, given a great shape to the songs; but the drums (for me, of course) deserves a honor mention.

Passionately Deep is a charming song with a melody that captures all the atmosphere from this title. Trust was my first passion. This song beat is a invite to the dance floor. I hummed this chorus for a long time.

All the songs here deserves a highlight, but One Day definitely catches my attention. Listen to this song loud takes me back to that time, makes me miss what I haven’t even lived. This is a 80s sound. I will owe you the name of the beautiful voice that sings in the chorus, but I’ll point out this great voice too, that given an additional charm to the song.

If you guys has any doubt about the drums, listen to the EP title track. And of course, I’ll not forget of Like Dust, a Passion Puppets cover. I would venture to say that it’s better than the original song. In Damien’s words (yeah, he appeared on the internet and had commented some YouTube’s band videos), they were young and thought that would be good record this song.

Well, enjoy this 80s gem!


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domingo, 4 de outubro de 2020

The Chameleons - Script Of The Bridge (1983)


Eu devo ter morrido umas 1000 vezes. Essa é apenas uma das frases presentes neste grande disco desta que, para mim, está entre as bandas mais subestimadas do pós punk dos anos 80. E nas próximas postagens virão mais algumas (algumas já foram postadas aqui, aqui e aqui). O Chameleons surgiu em Manchester, Inglaterra. O país berço do pós punk. Mas ainda assim poucas pessoas sabem o que foi, é, e será este disco para o pós punk. Bandas como Editors, Interpol, The National, só pra citar algumas, os tem como uma de suas principais influências. Estas são as mais conhecidas, fora outras tantas perdidas ou esquecidas no mundo que os tem como uma base em sua música. 


Comecei a ouvir bastante o Chameleons quando eu iniciei um momento um tanto quanto difícil da minha vida e talvez por isso, este seja um disco que me marca muito. Second Skin é uma canção que quase nunca consigo ouvir e cantar sem que a emoção me leve a molhar os olhos. Less Than Human é um ápice! Digo um porque este disco por inteiro o é. Uma das letras mais profundas deste disco, junto a melodia lenta onde o chorus e o delay invadem toda extensão de seu ser, que se mistura com as batidas fúnebres do John Lever. Essa é de fato uma das músicas em que eles conseguiram traduzir totalmente a letra na melodia, ou a melodia na letra, não sei… 


Talvez a característica mais marcante do Chameleons seja o casamento perfeito entre as guitarras de Dave Fielding e Reg Smithies, que definitivamente lhe fazem viajar parado. 


Poucas pessoas sabem o quão importante esses 4 caras foram para o pós punk. Lançaram três discos, o What Does Anything Mean? Basically de ‘85 e o Strange Times em ‘86, e apesar de ambos serem grandes discos com ótimas músicas, nenhum deles (para mim, claro) conseguem me chamar tanta atenção quanto este disco de hoje, lançado em ‘83, o Script Of The Bridge. Estava lendo a autobiografia da Kim Gordon e ela diz que “primeiros discos fazem sucesso hoje e sempre porque você não sabe bem o que está fazendo e mesmo assim vai lá e faz”. Isso me chamou a atenção porque quando vou conhecer uma banda, eu sempre busco seu primeiro disco. Foi assim com o Chameleons mas neste caso, discordo da afirmação da Kim Gordon. Acredito que este quarteto sabia exatamente o que estavam fazendo, um som simples e puro para atingir em cheio os ouvidos e a mente daqueles que os ouviriam, eles só não sabiam quão grande seria essa obra. Enjoy it.


The Chameleons:


Mark Burgess (vocais e baixo)

Dave Fielding (guitarras)

Reg Smithies (guitarras)

John Lever (bateria)


The Chameleons - Script Of The Bridge (1983)




01 - Don't Fall 02 - Here Today 03 - Monkeyland 04 - Second Skin 05 - Up The Down Escalator 06 - Less Than Human 07 - Pleasure And Pain 08 - Thursday's Child 09 - As High As You Can Go 10 - A Person Isn't Safe Anywhere These Days 11 - Paper Tigers 12 - View From A Hill


>>> I must have died a thousand times. This is just one of the phrases present on this great album, which, for me, is one of the most underrated post punk bands from the 80s. In the next posts more will come (some have already been posted here, here and here). The Chameleons emerged in Manchester, England. The cradle country of the post punk. But few people know what was, what is, and will be this album to post punk. Editors, Interpol, The National are just some bands that cite them as one of your main influences. These are the best known but surely there are so much around the world that have them as the base for your songs. I started to listen to The Chameleons when I was starting to live a hard time in my life and maybe because of this, this disc marks me a lot. Second Skin is a song that almost never I can listen to and sing without tears in my eyes. Less Than Human is an apex! But of course, this entire record is. One of the most deep lyrics in this album, along with a slow melody where the chorus and delay invade the full extension of your being and mixed up with the mournful beats of John Lever. This is one of the songs they had success in translating the lyrics in melody, or the melody in lyrics, I don't know... Maybe the most memorable feature of The Chameleons would be the perfect match between the guitars of Dave Fielding and Reg Smithies, that definitely make you trip without moving. Few people know how important these 4 guys were to post punk. They released three albums, What Does Anything Mean? Basically and Strange Times (from '85 & '86, respectively), and although both are great albums with great songs, no one of them call me more attention than today's post, released in '83, the Script Of The Bridge. I was reading Kim Gordon's autobiography (Girl in a Band: A Memoir) and she says "first records are successful today and always because you don't know what you're doing and still go there and do it". This calls me attention 'cause when I first listen to a band, I look for the first album. It was this way with The Chameleons but in this case, I disagree with Kim Gordon. I believe that this quartet knew exactly what they were doing, a simple and pure sound to reach the ears and the minds of those who would hear them, they just didn't know how big this work would be. Enjoy it.


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quarta-feira, 1 de abril de 2020

Trees - Sleep Convention (1982)


Eis aqui uma banda que eu guardo para postar a pelo menos uns 5 anos. Um som que nem lembro como conheci (faz uns 10 anos) mas que provavelmente foi pelas alamedas escuras da internet. Escuras não. Escuro não é de fato um termo para definir esse som. Trees é uma banda de um homem só, e este homem é o compositor Dane Conover. De San Diego na Califórnia, emergiu o Sleep Convention como um disco de new wave clássico, um new wave de qualidade, que teve ótimas críticas na época do lançamento mas se revelou uma tragédia para as vendas. Tragédia essa que não se é compreensível ao ouvir Shock Of The New ou Delta Sleep ou ainda 11:00 AM, canções que definitivamente me impedem de ficar parado. Aliás, este disco tem esta característica especial do new wave, que é um convite a pista de dança. Suas músicas são de arranjos simples e envolventes. A mente de Dane tinha algo muito maior para revelar ao mundo através da Trees. Recentemente no ano de 2018, este disco foi relançado em CD pela Rubellan Remasters com 12 faixas inéditas, sendo duas versões alternativas para Come Back e 11:00 AM e as demais produto de um suposto disco que nunca foi lançado.
Numa busca rápida pela internet, pode-se ver algumas palavras com unanimidade: pessoas dizendo que este é um dos melhores discos de new wave. Este é, de fato, um disco bastante subestimado na história do new wave dos anos 80 mas essa opinião eu deixo a vocês. Enjoy!

Trees:

Dane Conover (todos instrumentos)

Trees - Sleep Convention (1982)


01 - Come Back
02 - Shock Of The New
03 - Delta Sleep
04 - No Stranger
05 - Midnight In America
06 - 11:00 AM
07 - Wildwood
08 - India
09 - Gotta Moon
10 - Red Car

>>> This is a band I have been saving for a long time, at least 5 years. A sound that I even remember how I met (about 10 years ago) but probably was in the dark alleys from the internet. Not dark. Dark is not a word to describe this sound. Trees is a one-man-band, and this man is the composer Dane Conover. From San Diego - CA, emerged Sleep Convention as a classical new wave album, a quality new wave. This album had great reviews when came out but was a tragedy to the market. Tragedy that we can’t understand while we listen to Shock of The New or Delta Sleep… or even 11:00 AM, songs that definitely make me dance. By the way, this album have this special characteristic of the new wave, that’s a invite to the dance floor. Their songs have simple and engaging arrangements. Dane’s mind had something big and very special to offer the world by Trees. Recently in 2018, this album was re-released in CD by the Rubellan Remaster with 12 unreleased tracks, two alternative versions to Come Back and 11:00 AM and the others was a product of a supposed record that was never released.
In a fast looking on the internet, we can read some words unanimity: people telling that’s one of the best new wave records. This is, indeed, a underrated album in the 80s new wave history but I leave this opinion to you. Enjoy!

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sábado, 7 de setembro de 2019

Latromodem - 11onze (2009)


De tanto buscar por algo sobre essa banda e achar tão pouca informação sobre.

Eis aqui um dos grandiosos sons da cena dark underground que foram produzidos na primeira década deste século no Brasil. Na época do lançamento deste disco, eu ainda era novo… tava apenas a 10m de profundidade da ponta do iceberg musical que foi o universo gótico para mim. Porém, ouvindo o som deles hoje, posso imaginar como os mais antigos quando ouviram (e viram) ao vivo essa banda ficaram a pensar. Lembro na edição de 2009 da Subterrâneo Gothic Rave (que foi de fato o primeiro evento do meio gótico que eu tive o prazer de presenciar), esta era uma das bandas mais esperadas. Eu havia ouvido um pouco do som deles neste disco de hoje, mas não tinha conseguido assimilar o naipe que este som estava. Então chegou o dia, eu lembro de estar deitado numa das torres do Castelo do Alemão e entrou algumas pessoas que não conhecia falando “vai começar o show do Latromodem”. Eu estava totalmente bêbado e cansado. Permaneci deitado; foi quando comecei a ouvir um som, que para mim a sensação eu descrevo como algo perto do surpreendente, pensava que alguém estava discotecando algum som (e dos bons!) e não dei atenção, até que depois de umas três músicas percebi que era de fato uma banda tocando e então, me veio a mente o cara anunciando que o show do Latromodem ia começar. Até hoje, me arrependo amargamente de não ter reunido forças e ir até o palco dentro do castelo para poder apreciar esta arte. Lembro que depois do show, haviam pessoas comentando sobre e era unânime em suas faces o semblante de surpresa; de algo do tipo “porra, não acredito no que vi”. E agora, ouvindo ao 11onze, posso entender o porquê de tudo aquilo. Não vou destacar aqui nenhuma canção por que não dá. Este disco é de fato algo totalmente descomunal. Foi algo que ninguém estava esperando e apenas os atingiu em cheio. Entre as letras ricas em um lirismo profundo e toda a melodia pesada, intensa; o público que estava ali então pôde observar toda a influência da música dark dos 80s, música essa que era a principal causa da união de tantas pessoas naquela noite. Gótico, pós punk, synthpop (por que não?)... tudo reunido em um único míssil sonoro indo de encontro as mentes ali presentes. Neste evento, ainda pude assistir pela primeira vez o Plastique Noir e um show memorável da Les Enfants, mas isto vai ser assunto para outra postagem…
Lançaram ainda o álbum Elizabeth em 2010 e após a saída de Robson, foi lançado o III.

Latromodem:

Robson "Sinistro" (voz)
André Araújo (guitarras e programações)

Latromodem - 11onze (2009)


01 - Lamento
02 - Das Sombras
03 - A Última Canção
04 - Dejetos do Nada
05 - Pesadelo
06 - Hollow Hills [Bauhaus cover]
07 - Calafrios
08 - Medo Mortal
09 - Solstício
10 - Alma de Brinquedo
11 - Lágrimas

>>> I had searching so much for informations about this band and never find anything... that's the reason why of this post.
Here is one of the most majestic sounds from the underground dark scenario that was made in the first decade of this century in Brazil. Back in the year of this release, I was young... I was just at 30ft deeply from the top of the musical iceberg that was the gothic universe for me. But listening to their sound in nowadays, I can imagine how the older ones had feeling about their sound when saw it live. I remember the 2009 edition of the Subterrâneo Gothic Rave (which was in fact the first ever gothic event that I had the pleasure of witnessing), Latromodem was one of more expected bands. I've heard some songs from this today's album, but had not been able to assimilate how grandiose this sound was. So the day has come, I remember I was laying down in one of the towers of the castle (place of event) and some people I don't knew just come inside the tower and tell that "the Latromodem' show is about to beggining". I was tottally drunk and tired. I remained lying down. And so I start to hear some sound and I remember thought "wow this is great". I thought someone was DJing and I giving no attention. After the second or third song I recalled the guys telling about the Latromodem show. I still regret not getting up and going to the stage to watch the show. I remember after the show, saw some people talking about it and in their faces was unanimous the look of surprise, like "I don't believe what I just saw". And now, listen to the 11onze, I can understand why people had that look. I'll not point out none of this songs because it's kinda impossible. This album is something totally smashing. It was something that people didn't expect and just hit them hard. Between the lyrics rich in lyricism and all the dark and dense melody, the audience could see the 80s gothic/post punk influence, and this influence was the main reason of the public had united at that event. I still could watch my first show of Plastique Noir and a memorable show of Les Enfants, but this is a topic for another day...
They release in 2010 an album called Elizabeth and after Robson left the band, was released the III.

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